segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Quem pegou o “mico preto”?

Firmino (Luiz Gustavo) se tornou um verdadeiro “mico preto” na vida dos três irmãos herdeiros da milionária Áurea (Márcia Real) após seu misterioso desaparecimento. A expressão saiu de um antigo jogo infantil de cartas onde todos os animais tem pares, menos o mico. O jogo acaba quando todos os pares se formam e perde quem acaba com a carta do mico na mão.
Nessa história o mau caráter e ambicioso Fred (José Wilker) faz de tudo para ficar com o poder que a mãe jamais lhe dará, já que ela prefere Adolfo (Tato Gabus). Entretanto, o filho preferido é preguiçoso e só pensa em se aposentar.
Áurea namora Ástor (Marcos Frota), um garotão muito mais novo que ela e antes de desaparecer chega a anunciar seu noivado com o rapaz deixando todos de cabelo em pé.
O advogado de confiança de Áurea a quem seria dada a procuração com plenos poderes era Honório (Mauro Mendonça), casado com Neném (Eva Wilma), uma típica “Amélia”. Os problemas caseiros do advogado começam quando ele esquece o aniversário de 30 anos de casamento e ainda para tentar limpar sua barra dá um jogo de panelas para a mulher. Neném é o braço forte da casa, controla tudo, da limpeza ao despertador e promove uma verdadeira rebelião em casa ao se declarar aposentada de suas funções.
A vida de Honório não poderia se tornar mais complicada. Além de sustentar o sogro Plínio (Sérgio Viotti), sempre envolvido com dívidas de jogo, sua mulher Neném passa a exigir indenização pela aposentadoria, abre uma Associação das Operárias do Lar junto com sua amiga Amelinha (Renata Fronzi) e a empregada Divina (Marcela Cartaxo) e também acaba trabalhando na loja que a filha Marisa (Débora Evelyn) abre com Beatriz (Bia Seidl).
A confusão é ainda maior porque Lourival (Otávio Augusto), mais um personagem da galeria cômica do ator, um malandro amigo de Firmino que vive querendo se dar bem, se apaixona por Neném. Os dois acabam se envolvendo depois que Honório se apaixona por Beatriz. Mas a separação só dá motivo para novas confusões. No final, Honório e Neném se reconciliam depois de muitas idas e vindas.
Beatriz trabalha na empresa de Áurea e se envolve inicialmente com Adolfo. Ele é casado com Amanda (Maria Padilha), uma perua que acaba se envolvendo com o jovem noivo de sua sogra, já que ela é a única que aprova o noivado e ele a apoia muito com a crise no casamento. Com o sumiço de Áurea e a traição de Adolfo, os dois ficam carentes e se envolvem. Este relacionamento que se mantém até o final da novela, deu um tom de humanidade à personagem frívola.
Adolfo e Amanda tem dois filhos: Denise (Débora Secco) e Dênis (Fabrício Bitar) que, segundo o autor Euclydes Marinho, eram seus personagens prediletos. Os dois eram um poço de sabedoria infantil na vida dos pais completamente perdidos.
Honório e Neném também têm filhos. Além de Marisa, são pais de Cláudia (Louise Cardoso) e Robin (Marcelo Serrado). Cláudia é completamente apaixonada por Fred e isso traz muita dor de cabeça aos pais da moça. O filho de Áurea também gosta dela, mas não tem caráter e acaba se envolvendo com Sarita (Glória Pires), a namorada de Firmino que só quer se dar bem.
Cláudia acaba se casando com Fred e Firmino com Sarita, mas quando os dois descobrem que foram traídos, acabam se aproximando e se apaixonando. Em Cláudia, Firmino encontra seu verdadeiro amor.
Já Sarita é filha de Herotildes (Geórgia Gomide), uma pessoa detestável que só quer que a filha se case com um homem rico, não com um funcionário público tupiniquim. A mulher vê um futuro para a filha quando o deputado José Maria (Marcelo Picchi) precisa de uma esposa para abafar sua homossexualidade. Sarita não pensa duas vezes e estimulada por sua mãe, fica noiva do deputado, mas o plano logo vai por água abaixo porque ela gruda em Firmino quando descobre que ele se deu bem ao se tornar procurador de Áurea.
Mas a moça não tinha mesmo solução…ou quase… No decorrer da história Sarita engravida de Firmino e tem com ele o menino Felipe que se torna o grande responsável por sua mudança. Ela se descobre apaixonada pelo funcionário público, mas já é tarde, pois ele já está envolvido com Cláudia.
Já o deputado Zé Maria quer mesmo é disfarçar o romance que tem com Zé Luiz (Miguel Falabella), filho de Áurea, Relações Públicas da empresa da família. Os dois ficam juntos vestidos de freira no final.
Mas a vida de Zé Luiz ainda fica bastante complicada com a paixonite de Marisa, a filha de Honório e Neném, que insiste ser o rapaz seu grande amor. Tudo muda com a chega de Arnaldo, o irmão gêmeo de Zé Luiz, fugitivo da polícia. Ele se aproveita da semelhança com o irmão e chega a ter um caso com a doce Marisa e ela termina como cúmplice de seus golpes no exterior.

Zé Luiz tem ainda um filho, Jota (Charles Möeller) que disputa o amor da prima Katherine (Daniela Camargo)   , filha de Fred com Robin.
O tom anárquico de “Mico Preto” vai ganhando contornos policiais à medida que a novela avança, com direito a uma maleta de dólares que passa de mão em mão e por fim é descoberta com Firmino e Sarita que pretendem devolvê-la a Áurea. Mas Fred está atrás daquele dinheiro e faz Sarita como sua refém. A polícia vai atrás do vilão e Cláudia pede pra ser refém no lugar de Sarita. Quando Fred vai atirar em Sarita, a polícia o mata. Mas antes de morrer, ainda tem tempo de dizer o bordão de seu personagem: “Ôba”.

Tanta confusão muda pra sempre a vida de todos. Cláudia decide ir embora para Nova York, mas Firmino corre atrás dela no aeroporto e pede para ficar com ele em Nova Iguaçu. Já Áurea fica com Belarmino, um coronel pai de Irene, moça que se envolve com Jota. Os dois acabam partindo para morar numa floresta.
Sarita termina sozinha com seu bebê num discurso de como ele vai crescer naquele lugar, dizendo ao filho que vai ser bom viver ali. A anarquia deu lugar à trama policial e o texto final é uma espécie de declaração de esperança num Brasil ainda aos cacos. A personagem de Glória Pires, uma Maria de Fátima suburbana, termina bem diferente. Modificada pelo filho e sozinha, ela está pronta para recomeçar pelo filho, mesmo que um pouco menos radiante. Sarita agora tinha a missão de zelar pelo futuro.
Jean Cândido Brasileiro

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