Lançada já na segunda metade da novela, a trilha trazia um verdadeiro playlist de um estilo que chegava com força total no Brasil e agitava as pistas do mundo todo: o Eurodance ou a House Music. O Eurodance se originou no final dos anos 80, quando artistas europeus de música eletrônica começaram a difundir um ritmo mais enérgico, acelerando batidas de Italo Disco. O fenômeno ganhou força e se difundiu por danceterias e raves da Europa. O gênero ganhou identidade quando começaram a mesclar elementos de house e rap caracterizado por solo de voz feminina com paradas pra voz masculina em estilo rap.
Deixando as baladas dançantes de lado, encontramos também marcantes temas românticos na trilha internacional. O famoso trio Bee Gees, presença constante nas trilhas dos anos 70 e 80, cantou “For Whom the Bell Tolls”, tema marcante do casal principal Cláudia (Patrícia França) e Lucas. Lucio Dalla, famoso cantor e compositor italiano, depois de cantar “Caruso”, um dos principais temas de “De Corpo e Alma”, voltou em “Sonho Meu” com “Felicitá”, tema da bondosa Paula (Beatriz Segall). Um grande sucesso de Cat Stevens ganhou uma nova interpretação e também esteve na trilha. Era “Wild World”, agora na voz da banda americana Mr. Big. A cantora cubana Glória Estefan, presença marcante em diversas trilhas, interpretava aqui a musica “Com los Anos que me Quedan” tema da perua Magnólia (Yoná Magalhães). Sua filha, a apaixonada Lúcia (Isabela Garcia), sofreu muito por amor ao som de “Don’t Say Goodbye”, na voz de Oseas, o eterno imitador que frequentava quase que semanalmente o “Domingão do Faustão”
Duas importantes bandas de rock também marcaram presença na trilha internacional. A música “Under the Same Sun” da aclamada banda alemã Scorpions foi tema da personagem Gilda (Françoise Forton). E a americana Aerosmith veio com o mega sucesso “Cryin’”, embalando o divertido casal Francisca (Daniela Camargo) e Giácomo Madureira (Eri Johnson).
A trilha nacional de “Sonho Meu” abre com “Bhaja Shiri
O vilão Jorge tinha como tema a música “Frágil”, cantada pelo também ator Guido Brunini. A canção era uma versão da música “Cody’s Song” do cantor americano Kenny Loggins. Guido que havia feito “Bambolê” em 1987 e aos 24 anos foi diagnosticado como soropositivo, não descansou enquanto não conseguiu gravar seu primeiro CD. Saiu da gravação direto para o hospital. Omitiu a doença com receio de que a gravadora deixasse de investir em sua iniciante carreira de cantor. Estava certo. Pronto no master, o CD nunca foi lançado comercialmente pela PolyGram. Guido faleceu em 1995, no Rio de Janeiro.
Uma grande artista brasileira dos anos 70 e 80 cantou o tema da ciumenta Gilda. Descoberta pelo produtor Abrahão Medina, da TV Globo, em 1969, não demorou muito para que Watusi despontasse no meio artístico. Watusi foi de 1978 a 1982, a principal estrela do Moulin Rouge, em Paris. Considerada a vedete mais bem paga da Europa, ganhava US$ 25 mil por mês para cantar e dançar duas vezes por dia, sete dias por semana. Aclamada pelo público, chegou a dividir o palco com Gene Kelly e Ginger Rogers. Mais tarde, depois de uma temporada de doze anos (1983 a 1995) no Scala, uma casa de espetáculos carioca, a vedete nunca mais pisou nos palcos. A música “Privação de Sentidos” fazia parte do último disco lançado pela cantora e a letra casou perfeitamente com os dramas da personagem de Françoise Forton.
A trilha nacional também trouxe “Um Sonho Maior” de Danilo Caymmi, tema de Tio Zé (Elias Gleizer); “Ando Meio Desligado”, aqui na voz do Roupa Nova e servindo de trilha para as trapalhadas de Giácomo e “Vieste”, cantada por Ivan Lins, como tema de Lucas. A canção, que ganhou uma nova versão na voz de Lenine e foi tema de Cristal (Sandy) e Tony (Guilherme Fontes) em “Estrela Guia”, em 2001, foi a mais tocada na primeira metade da novela e é a que o público mais associa com a trama, depois de “Querer é Poder”, tema de abertura cantada por Xuxa e José Augusto. Esta, a propósito, foi a primeira incursão da Rainha dos Baixinhos numa trilha de novela e que serviu de homenagem pelos anos de sucesso do “Xou” que teve suas atividades encerradas no final do ano anterior.
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